Vereadores adiam votação de projeto de reestruturação da Câmara

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Projeto de lei complementar é de autoria da Mesa Diretora e tem causado polêmica na cidade;
Projeto de lei complementar é de autoria da Mesa Diretora e tem causado polêmica na cidade;

A Câmara de Vereadores de São Pedro adiou a votação do Projeto de Lei Complementar (PLC 9/16) que reestrutura o quadro de funcionários do Legislativo e prevê a criação de 12 novos cargos efetivos e comissionados. A matéria, que deveria ir para primeira votação nesta segunda-feira (20), foi retirada de pauta após os parlamentares se desentenderem com relação aos prazos estabelecidos para apresentação do relatório da Comissão de Justiça, Redação, Finanças e Orçamento.

O relator da comissão, Elias Candeias (PP), alegou que não poderia dar o seu parecer sem antes ter em mãos um documento do jurídico da Casa. “Eu pedi uma análise mais profunda ao jurídico, mas não recebi. O projeto está cheio de falhas e vou provar isso no relatório assim que for entregue.”

Elias Candeias, relator da comissão, deve apresentar parecer nesta quarta (22);
Elias Candeias, relator da comissão, deve apresentar parecer nesta quarta (22);

A comissão volta a se reunir na próxima quarta-feira (22) pela manhã, data em que o vereador deve apresentar o seu relatório. Para ir à votação, no entanto, o presidente da Câmara, Alex Siloto (PDT), deve convocar uma sessão extraordinária já que a reunião desta segunda foi a última do semestre.

Câmara pagou R$ 38 mil por estudo

O projeto de lei complementar foi assinado pelo presidente da Câmara, Alex Siloto, e pelo vereador Ivan Teixeira (Solidariedade). Siloto informou que a Câmara pagou R$ 38 mil para a Confiatta, empresa vencedora da licitação e que ficou responsável por elaborar o projeto de reestruturação da Câmara. Segundo ele, o próprio Tribunal de Contas teria apontado a necessidade de reestruturar o quadro de funcionários.

“É um projeto para 15, 20 anos. A nova Câmara é fisicamente maior e vai precisar de mais gente para funcionar. O que estamos propondo é que o Legislativo aprove um projeto que vai dar condições para que o próximo presidente faça concursos públicos e se adeque à estrutura”, disse Siloto.

Hoje, a Câmara de Vereadores de São Pedro conta com três cargos concursados e cinco comissionados. Os salários dos cargos que podem ser criados variam de R$ 973 a R$ 4.175.

Adriano Vitor diz que projeto visa ‘bancar caprichos’

Adriano Vitor já adiantou voto contrário ao projeto;
Adriano Vitor já adiantou voto contrário ao projeto;

Contrário à aprovação do projeto, o vereador Adriano Vitor (Solidariedade) disse durante a sessão desta segunda-feira que a aprovação do projeto visa “bancar caprichos” do atual presidente da Câmara.

“Pode parecer que é bom, mas não é. Se aprovarmos um projeto desses, vamos forçar uma arrecadação maior de tributos num momento ruim da economia brasileira. O dinheiro que seria gasto com estes 12 novos funcionários daria para realizar 170 ressonâncias magnéticas por mês na cidade. Hoje atendemos apenas quatro, e a fila é enorme”, comparou.

Adriano Vitor afirmou também que falta serviço aos funcionários que já trabalham na Casa. “Nos próximos dez anos, o volume de trabalho não terá aumentado significativamente. Pra quê mais gente? Pra ficarem mexendo no Facebook?”, criticou.

Presidente pode dar voto de minerva

Siloto pode desempatar votação que deve acontecer em sessão extraordinária;
Siloto pode desempatar votação que deve acontecer em sessão extraordinária;

Principal defensor do projeto de reestruturação, o presidente da Câmara Alex Siloto pode ser justamente o parlamentar responsável pelo voto de minerva. Tudo porque numa análise prévia de como cada vereador deve votar, há um possível empate em seis a seis.

Os vereadores Ita, Elias Candeias, Branco, Luiz Azzini, Adriano Vitor e Du Sorocaba já se manifestaram contra a aprovação. A expectativa é que os outros seis parlamentares – Índio, Toninho Dingão, Toninho da Sorveteria, Cássio Capellari, Mário de Barros e Ivan Teixeira – sejam favoráveis ao documento, o que forçaria um desempate justamente com o voto do presidente da Câmara.

Alex Siloto, porém, disse que só se manifestará no dia da votação do projeto. “Só falo quando estiver em discussão.”

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