Fico orgulhoso por inaugurar esta editoria de Opinião deste órgão de comunicação. Ainda novo, o FATO POLÍTICO se consolida, a cada edição, como um dos mais promissores jornais de São Pedro e região graças à sua postura isenta, à leveza do seu conteúdo e diagramação e ao perfil dinâmico ditado pela agilidade na cobertura jornalística e pela rápida disseminação de notícias que o meio de comunicação digital proporciona. Sucesso, sempre, e obrigado pelo convite.
Escrevo este artigo para expor algumas constatações na tentativa de contextualizar o nosso município em meio ao grave momento econômico do País.
Quase 80% de mais de três mil municípios brasileiros que informaram o quadro de suas finanças ao Tesouro Nacional já estão com as contas no vermelho, conforme levantamento efetuado após as eleições pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Uma situação que, certamente, irá piorar até o fim deste ano com a contínua queda de arrecadação que tradicionalmente marca estes períodos. Uma bomba de efeito retardado e uma herança maligna que muitos prefeitos receberão ao assumir a próxima administração.
Contudo, se os números são atuais, esse cenário de cruel desolação há anos tem marcado a paisagem da grande maioria dos municípios do País – muitos em nossa região – e que tem sido protagonizado com tristeza e desesperança por um sem-número de cidadãos brasileiros. A situação, em parte, deve-se à crise econômica que se abateu sobre o País nos anos recentes, e que foi potencializada nos últimos doze meses. Mas essa não é a única razão da derrocada desses municípios. Com a desculpa da crise econômica, muitos prefeitos acabaram por esconder as suas incompetências em gerir a causa pública. Um misto de falta de boa-vontade na busca de recursos na União e nos Estados e de ausência de planejamento.
Em resumo, o resultado disso se faz sentir nesses municípios com a falta de recursos para honrar o 13º salário dos servidores municipais, talvez até o salário de dezembro e ainda o de janeiro; com o atraso no pagamento de fornecedores; com a contínua precariedade dos serviços de saúde; com obras totalmente paradas em áreas essenciais como infraestrutura, saneamento básico, escolas e por aí vai.
São Pedro tem passado ao largo dessa cena desastrosa. Não podemos ter uma visão ingênua e distorcida da realidade afirmando que ficamos e estamos imunes aos efeitos da crise política e econômica nacional.
Também sofremos os seus reflexos nos primeiros anos desta gestão, mas estes foram imensamente minimizados porque houve, desde o início da administração atual, um rumo a seguir, pautado em um primeiro momento pela organização das finanças municipais e por um planejamento de trabalho cuidadoso e rigoroso. Nunca faltou boa-vontade e persistência na busca de recursos. Não de uma forma intempestiva, de “pires na mão” como muitos prefeitos insistiram em fazer ao longo de seus mandatos e os prefeitos eleitos, apavorados diante da herança futura, hoje o fazem.
Esta administração, na busca de recursos para o município, ancorou-se na apresentação de projetos consistentes para São Pedro e viáveis dentro das políticas de liberação de verbas, especialmente na esfera federal. Tais recursos, como vimos acompanhando, têm sido muito bem aplicados nas áreas de saúde, educação, saneamento básico, pavimentação e turismo, entre outras, atestando a eficácia desta gestão. Some-se a isso que os eventuais atrasos na chegada desses recursos não têm impedido a administração de dar continuidade aos compromissos assumidos, dado que muitos investimentos são realizados com recursos próprios. Isso também, vale registrar, é fruto de um planejamento exitoso.
Nesta conjuntura econômica recessiva e que tem castigado muitos municípios, São Pedro destaca-se como uma “ilha de excelência” em gestão. Aliás, o conceituado índice Firjan, divulgado há poucos meses, comprova isso. Não à toa, chegamos ao ranking de terceira cidade do país e primeira do estado em gestão fiscal. Tivemos a nota máxima nos itens relacionados à capacidade de gestão e à gestão de caixa. Importante registrar que a disciplina financeira e o eficiente planejamento das contas públicas permitem a melhoria da capacidade de investimentos do município em benefício da nossa população.
São Pedro está na contra mão da crise! Devemos hoje sentir orgulho desta situação. E, seguramente, graças à atitude correta dos são-pedrenses na última eleição, vamos experimentar esse mesmo sentimento por mais quatro anos.
Pedro Luis de Aguiar é são-pedrense, profissional de comunicação e marketing.