Prefeitura de Águas gasta R$ 31 mil para levar profissionais a congresso em SP

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Valor gasto com o congresso também é contestado pela Câmara de Vereadores;
Valor gasto com o congresso também é contestado pela Câmara de Vereadores;

Os esforços para tornar Águas de São Pedro referência na área da educação transcenderam cifras que colocam em xeque a responsabilidade do gestor com os cofres públicos. Para um congresso com duração de quatro dias em São Paulo, a prefeitura da estância topou gastar R$ 31.045,00 para capacitar profissionais e funcionários na capital paulista.

Não entrarei no mérito lúdico do evento, ou seu potencial para agregar conhecimento aos profissionais da educação. A reflexão que faço aqui é o atual momento vivido pela maioria das prefeituras brasileiras e de como o dinheiro público é gasto.

Dos R$ 31.045,00 mil, R$ 18.865,00 mil seriam pelas inscrições do evento, R$ 3.000,00 mil para pagar a van que levou os participantes e mais R$ 9.180,00 mil em adiantamento de despesas. Ainda não se sabe quantos profissionais da área da educação participaram do congresso entre os dias 10 e 13 de maio. A Câmara de Vereadores já deu entrada em um requerimento (127/2017, de autoria do presidente da Câmara) pedindo informações e notas fiscais dos gastos realizados.

Em seu site, a Bett Educar (responsável pela realização do congresso), traz uma agenda com palestras e princípios lúdicos das 9h às 19h durante os quatro dias de atividades. Mas, se o intuito era agregar conhecimento e trazê-lo para as salas de aula do município, não seriam suficientes um secretário e um diretor de escola?

Um dia no congresso poderia custar até R$ 1.050 de acordo com a tabela;
Um dia no congresso poderia custar até R$ 1.050 de acordo com a tabela;

Para se ter uma ideia, o valor gasto com a estadia dos profissionais durante o congresso em São Paulo daria para comprar mais de 2 mil marmitas para os funcionários municipais a um preço unitário de R$ 15. Os 3.000,00 gastos com a van que transportou os participantes também são contestáveis. Se metade desse valor fosse usado para abastecer o veículo, teríamos ao menos cinco tanques cheios. Se usado em sua totalidade, a van poderia ser abastecida ao menos 11 vezes com capacidade total.

Os valores também podem causar revolta aos próprios professores da rede municipal de ensino. Um dia no congresso poderia custar até R$ 1.050 de acordo com a tabela da Bett Educar, montante similar ao que muitos professores recebem por mês para dar aula.

Em tempos de crise financeira e de prefeituras com dificuldades até mesmo para pagar os salários em dia do funcionalismo, há que se ter cuidado redobrado com as finanças. É sabido que muitas secretarias chegam ao final de ano sem condições para comprar galões de água, papel higiênico ou até material de suma importância para o trabalho do dia a dia.

Inovar, capacitar e inteirar-se da modernidade aplicada nos grandes centros é sempre bem-vindo e louvável aos municípios de porte menor, mas desde que o dinheiro público não seja gasto em montantes absurdos sem a devida necessidade.

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