O Projeto de Lei nº 13/2019, de autoria do vereador Cássio Capellari (DEM), foi aprovado pela Câmara e torna o jaracatiá como parte do Patrimônio Cultural de São Pedro. O fruto tornou-se um símbolo da cidade e atualmente é objeto de projetos educativos desenvolvidos na rede de ensino, a exemplo do Festival do Jaracatiá, realizado desde 2014.
Na comemoração, é exaltado o aspecto cultural da gastronomia, passada de geração para geração, apresentando receitas elaboradas com o jaracatiá como ingrediente principal que vão muito além da tradicional compota, como: geleias, cupcakes, bolos, sorvetes e churros.
De acordo com o autor do projeto, “a preservação e valorização da cultura local fazem parte das obrigações dos poderes constituídos, especialmente como forma de proporcionar à população o sentimento de unidade e pertencimento. Valorizar a memória dos antepassados e o conhecimento transmitido através de gerações é um meio bastante eficaz de criar nas comunidades os laços que farão com que sintam-se ligadas, unidas e valorizadas.”
O principal objetivo da lei é reconhecer a importância do fruto do jaracatiá como elemento de identidade do povo são-pedrense, incentivando ações como o Festival do Jaracatiá, quando a tradição da compota do jaracatiá, ensinada de uma geração a outra nas famílias, se encontra com a jovialidade dos projetos educacionais, gerando formas inovadoras de usar o fruto.
“Além de manter viva entre nossas famílias a tradição de fazer o doce de jaracatiá, essa lei deve motivar as famílias e empreendimentos gastronômicos da cidade a usar o jaracatiá como fonte de renda”, ressaltou Capellari.
O jaracatiá
O jaracatiazeiro, árvore que dá origem ao fruto, é originária da Mata Atlântica e pertence à mesma família do mamoeiro. Seus frutos têm formato oval e, ao amadurecerem, tornam-se amarelos a alaranjados, semelhantes ao mamão papaia. O nome jaracatiá vem do tupi e significa “fruta da árvore do talo ou tronco mole”.
Desde a chegada das famílias imigrantes italianas na região, o consumo da fruta tem se consolidado como uma tradição local. Tal hábito foi herdado através do convívio com os índios, que habitavam as terras da Serra do Itaqueri e conheciam as muitas propriedades terapêuticas da fruta, e, aos poucos, foi incorporado aos costumes italianos, com a preparação de doces e compotas.
Essa mistura de conhecimentos empíricos, tão característica da formação do povo brasileiro, criou uma identificação da população com o doce, remetendo o ritual de preparo da compota às reuniões de família, onde a culinária aparece também como manifestação do afeto entre seus membros. (Da assessoria)