A cobertura vegetal nativa em São Pedro corresponde a 22,8% de sua superfície ou 13.975 hectares de um total de 61.192. Os dados estão no Inventário Florestal do Estado de São Paulo e garantem ao município lugar no grupo dos 151 municípios paulistas que têm entre 20% e 50% do território coberto com vegetação nativa. É a segunda melhor classificação, ficando atrás apenas do grupo formado por 48 municípios que apresentam índice acima de 50% do território com vegetação nativa. Há ainda 97 municípios que registram índices entre 15% e 20%; 216 entre 10% e 15% e 133 com menos de 10% de cobertura vegetal nativa.
Os dados do Inventário Florestal, divulgados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), apontam também que o Estado de São Paulo possui 5.670.532 hectares de vegetação nativa em vários estágios de recomposição. A área equivale a 22,9% do território paulista. A elaboração do estudo contou com participação de uma empresa especializada que atuou sob responsabilidade científica do Instituto Florestal. O documento foi viabilizado com recursos oriundos da Câmara de Compensação Ambiental e contou também com a colaboração de todos os órgãos do Sistema Ambiental Paulista.
Segundo a SIMA, o relatório da SOS Mata Atlântica, lançado em junho deste ano, já apontava que em 2019 houve desmatamento zero na Mata Atlântica em São Paulo e agora, com os dados globais sobre a vegetação nativa pode-se afirmar que, ao longo da última década, os paulistas têm conseguido aumentar, de forma cautelosa, o volume de áreas naturais, com responsabilidade compartilhada entre todos os agentes sociais.
“Nós estamos sempre trabalhando para mitigar, em todas as intervenções no território, o crescimento desordenado sem preocupação com a conservação do meio ambiente. Um bom exemplo é o Programa Nascentes que, desde 2015, já restaurou 20 mil hectares, uma área equivalente a 28 mil campos de futebol, e cumpriu sua meta neste ano. O desenvolvimento de programas e práticas de agricultura sustentável também contribuiu para esse resultado, sem perder sua pujança econômica. Ainda temos muitos desafios, mas estes resultados nos mostram que estamos no caminho certo”, declarou o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, na apresentação do estudo.
“Este levantamento da realidade florestal do Estado é imprescindível para guiar as políticas públicas de proteção e conservação de nossa biodiversidade, ao mesmo tempo que orienta as ações do licenciamento, da fiscalização e do uso sustentável de nossos ativos naturais pelos proprietários rurais, gestores públicos e sociedade civil”, explicou o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani.
O último mapeamento,de 2010, registra 17,5% do Estado com vegetação nativa. Para o levantamento atual foram utilizados satélites mais modernos, com alta resolução espacial, com capacidade para aferir detalhes da superfície terrestre. A precisão de detecção garantiu a identificação de 185 mil fragmentos a mais que o mapeamento anterior.
Desde o primeiro levantamento florestal feito em 1990, o Inventário tem fornecido suporte científico fundamental para o desenvolvimento sustentável de projetos e intervenções de base florestal, feitos pelos agentes econômicos.
Perfis distintos
O estudo aponta as realidades muito diferentes dos municípios em função dos biomas em que estão inseridos e a dinâmica de ocupação do solo pelas atividades econômicas ao longo das últimas décadas.
A grande heterogeneidade na ocupação espacial do território paulista exige políticas diferenciadas para cada região.
“Ao longo do tempo, o projeto Inventário Florestal vem realizando os mapeamentos procurando utilizar a melhor resolução e escala espacial possível, bem como aprimorando a sua legenda de vegetação nativa. Se por um lado, isso dificulta a comparação com os períodos anteriores, por outro tem trazido o retrato mais fiel da quantificação e distribuição da vegetação nativa no território paulista, conferindo maior garantia à tomada de decisões baseadas nesses dados”, concluiu o coordenador do Inventário, Marco Aurélio Nalon, pesquisador científico do Instituto Florestal.
O Inventário Florestal/2020 constitui a base de dados oficial para a gestão dos ativos ambientais florestais no Estado de São Paulo, assegurando ao setor público e à iniciativa privada as condições indispensáveis de segurança jurídica e orientação prospectiva da política pública de desenvolvimento sustentável, com proteção à biodiversidade e resiliência climática.
Para a coordenadora de Meio Ambiente de São Pedro, Waleska Del Pietro, a posição do município no Inventário Florestal indica “o quanto somos privilegiados com a beleza natural de São Pedro e precisamos preservar cada vez mais”. Para ela, o Programa Município Verde Azul (PMVA), do qual São Pedro participa, tem ajudadobastante, pois induz à adoção e implantação das políticas públicas mais relevantes na gestão ambiental municipal por meio de diretivas que abrangem todas as áreas do município. “São Pedro avançou nos últimos anos e vem buscando a melhoria anual com a implantação desse programa. Nosso Projeto Verdejando São Pedro, por exemplo, tem colaborado com o aumento da cobertura vegetal do município”, destaca.
Waleska acrescenta que com esse dado do Inventário Florestal atualizado, São Pedro deve ter a pontuação máxima no item cobertura vegetal no Programa Município Verde Azul. “É como indica nosso slogan: São Pedro, bonita por natureza”
Classificação é estímulo para turismo
A secretária de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, Clarissa Quiararia,vê o resultado do Inventário Florestal como um reforço importante à imagem que o turista já tem de São Pedro. Pesquisa de Demanda Turística realizada por uma empresa especializada a pedido do Comtur (Conselho Municipal de Turismo) em agosto de 2018 para analisar o perfil dos visitantes na cidade de São Pedro e avaliar os principais atrativos do município, mostra que para 54% dos turistas o principal atrativo de São Pedro é o contato com a natureza.
“O levantamento vai ao encontro daquilo que os turistas procuram, conforme indica a pesquisa de demanda e contempla também outros perfis, como os 21% que vêem nas atividades de aventura o principal atrativo do município. Com áreas preservadas, podem ser criados espaços para contemplação de belas paisagens, além de novas atividades de aventura que ganham força com este cenário natural”, afirmou a secretária.