O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito para apurar irregularidades no funcionamento do Clube de Campo de Charqueada. A prefeitura informou que optou por fechar o espaço nesta terça-feira (20). O FATO POLÍTICO teve todo acesso a documentos, fotos e arquivos cedidos à Justiça que culminaram no fechamento do espaço de esportes e lazer.
O pedido para o fechamento partiu do próprio Ministério Público, que deu prazo para o município efetuar a medida. A denúncia partiu de um advogado da cidade que disse ainda ter sigo enganado pelo vereador Romero Rocca (PSDB), que também foi citado pela Justiça como uma das partes do inquérito.
Antonio Luiz de Carvalho pediu uma investigação depois de ter sido, segundo ele, contratado por Rocca para defender os interesses do clube de campo em uma ação trabalhista. Carvalho, inclusive, apresentou à Justiça um documento que prova ter uma procuração assinada por Romero Rocca.
O advogado disse ao Ministério Público que Rocca teria se apresentado a ele como presidente do clube, e que posteriormente lhe daria acesso a documentos que provariam que ele havia sido eleito para o cargo. Como os documentos nunca apareceram, o advogado desistiu do caso e entrou na justiça.
“Tomei conhecimento que ele nunca foi presidente do Clube de Campo de Charqueada e se apropriou daquelas instalações por razões alheias ao meu conhecimento”, disse o advogado. Para ele, Rocca cometeu crime de falsidade ideológica. “Por duas vezes, uma quando assinou a procuração e outra quando participou da audiência.”
Ao mesmo tempo, a Justiça também reconheceu a eleição de uma chapa provisória para administrar o clube. O presidente, até então, é o pai de Rocca. Geraldo Vilemar, o Vila, também teria tido prazo para convocar novas eleições, o que jamais aconteceu.
Romero Rocca se pronuncia
À reportagem, Rocca disse que trata-se de “politicagem” e que adversários políticos estariam tentando denegri-lo. Citou que o clube tem um administrador provisório e que só fez parte do espaço como voluntário.
Rocca não respondeu, no entanto, se havia contratado o advogado Antonio Luiz de Carvalho para prestar serviços em nome dele ou do clube.