O deputado estadual Roberto Morais (Cidadania), conhecido por atuar na microrregião de Piracicaba, foi citado em delação premiada de um executivo da concessionária Ecovias. As acusações envolvem concessões das rodovias Anchieta e Imigrantes e consequente implantação de pedágios nestes trechos. Pelo acordo de delação, ao menos R$ 650 milhões devem ser ressarcidos aos cofres paulistas pela Ecovias.
Além de Morais, outros parlamentares são citados no documento: o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil); o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB); os deputados estaduais Edmir Chedid (União Brasil) e Luiz Fernando (PT), além de ex-deputados que constantemente faziam críticas às concessões de rodovias no estado de São Paulo.
A Ecovias assinou, no ano de 2020, acordo cível com a promotoria e detalhou como se deu a formação de cartel, pagamento de propinas e repasses em caixa dois para mais de dez contratos firmados com o governo de São Paulo. As irregularidades teriam acontecido entre 1998 e 2015, período que incluiu as gestões de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.
O executivo que delatou em nome da Ecovias, cuja identidade é mantida em segredo pela Justiça, falou ao MP sobre a atuação dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa durante CPI que apurou os critérios de concessões e cobranças de pedágio no ano de 1999. Alguns processos, no entanto, já foram julgados extintos.
À época, faziam parte da comissão os deputados Geraldo Vinholi (PSDB, à época no PDT), Edmir Chedid (União Brasil), Claury Alves Silva (à época no PTB), Roberto Morais (Cidadania), José Zico Prado (PT) e José Rezende (à época no PL).
Outro lado
O FATO POLÍTICO tentou contato com as assessorias dos deputados estaduais Roberto Morais e Edmir Chedid, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.
Com informações da agência Folha